quarta-feira, 2 de setembro de 2009

EMOÇÕES VARZINISTAS



MARQUES
UM ESQUERDINO FANTÁSTICO DOS ANOS 70/80

O POVEIRO, HOJE SERIA O "EURO-MILHÕES" PARA QUALQUER CLUBE!


Mudam-se os tempos, mudam-se as palavras, mas ao fim e ao cabo, por vezes apenas se tratar de uma questão de semântica. Atente-se por exemplo, nas terminologias, "futebol de formação" e "camadas jovens". A primeira, começou a ser adoptada na gíria do futebol, há pouco tempo, mas não por clubes da dimensão do Varzim, onde a expressão camadas jovens, era a que vinha logo à boca. Recentemente, até já há para clubes que não têm um cêntimo para mandar cantar seja quem for, e até se atrévem, com a maior lata do mundo, a falar em Academia de futebol! Bem perto de nós (vidé desacordo do único voto contra da última A. G.)...

Este intróito, vem a propósito da figura de futebolista de grande qualidade, formado nas "Camadas Jovens do Varzim", numa altura em que os escalões começavam na então categoria de Principiantes que precedia a categoria de Juniores. O nome por que ficou conhecido no panorama futebolístico português, foi o de Marques, mas no meio poveiro, de onde era natural (zona norte da cidade) a sua alcunha era a de "Travassos".

Ele foi um dos "putos" do futebol de rua, que jogava de pé descalço, de estatura física acima da média para a idade e foi um atacante, jogando a extremo-esquerdo/médio interior do mesmo lado, goleador e um esquerdino dos melhores do futebol nacional, que era muito mais exigente no que toca a qualquer atleta chegar à titularidade, fosse nos "maiores" ou nos mais "pequenos". Tanto era o talento que, apesar dos meios de comunicação não serem tão céleres quanto hoje o são, os "cuscas" (olheiros) da bola não perderam tempo a passarem o recado aos dirigentes encarnados da altura e... lá ficou o Varzim, sem mais um atleta de eleição, "feito" na sua cantera, como soi dizer-se agora, então muito "pobrezinha", sem os apoios financeiros que hoje têm, mesmo que "parcos", como dizem os dirigentes desportivos dos nossos dias. Aliás, o Varzim, neste capítulo, foi assim a modos que "um mar apetecido dos pescadores-piratas".

Marques foi, ainda como juvenil, para o Benfica, clube onde foi promovido a sénior, só que "naquela tempo" (chavão), princípio da década dos anos 70, no plantel encarnado, só a "nata" do futebol luso podia até sonhar, quanto mais aspirar, a destronar qualquer uma das vedetas do SLB, onde ainda militavam "monstros sagrados" como Eusébio, Coluna, Torres, Simões e outros craques, bi-campeões europeus, que ficaram para sempre na história do grémio encarnado.

Voltando à sua passagem pelo Varzim, Marques, teria momentos inesquecíveis defendendo o emblema do clube da sua terra, onde não ficaria até ao termo da carreira, mas onde atingiria os momentos mais altos da sua carreira, que quanto a nós que a acompanhamos, poderia ter "durado" mais tempo.
Recordamos um momento, num dado jogo a contar para a 1ª. Divisão Nacional, num jogo disputado no Estádio do Mar, frente ao Leixões, em que ele marca um golo com o seu melhor pé, a mais de 30 m. da baliza defendida por Tibi. Um golo "de levantar o estádio"! Aliás o único golo da partida e que valeram 2 (na altura eram assim pontuadas as vitórias) preciosos pontos para a "conta" varzinista, contra um carismático Leixões, ainda recheado de talentos.

Mais tarde, Marques rumaria ao S. C. Braga, onde foi treinado pelo que viria a ser seu sogro, o magriço e ex-jogador do Sporting, José Carlos.
O ex-jogador "criado" no viveiro varzinista, não conseguiu solidificar a sua condição de titular dos arsenalistas de Braga, precipitando prematuramente a sua carreira de futebolista de eleição para o fim.

Marques foi titularíssimo em várias épocas consecutivas ao serviço do Varzim e foi seu capitão. Fez parte de equipas que fizeram as delícias do adepto mais exigente, que motivavam, incutindo nos adeptos um tal fervor, que nos dias de treino de conjunto, quase que enchiam o estádio poveiro! Aquele treino, constituía o grande "passa-tempo das quintas às 15" (os jogos eram por norma aos domingos às 15 horas), e para muitos, a única oportunidade de verem os seus ídolos (o dinheiro para pão era pouco, quanto mais para quotas ou bilhetes).
Há quem, por cegueira clubistíca, nunca lhe tenha perdoado o facto de, na altura em que estava a ser assim a modos que a "jóia da coroa" dos adeptos, o passar a ver defender outros cores que não as varzinistas!...

Porque o Varzim não é, nem deve ser, só presente e futuro, aqui fica mais uma singela recordação de quem tão bem dignificou a cores alvi-negras, já que quem de direito não o faz (!?).


Ala Arriba-Varzim!

6 comentários:

Anónimo disse...

para quando uma referencia, ainda que pequena, ao grande vulto que foi o "Inácio dos Jornais", o melhor olheiro de jovens talentos para o Varzim?
Maques e muitos outros foram encaminhados por ele para a formação do Varzim, ao longo de vários anos.
Porque não recordar também quem no tempo do Marques era treinador das camadas jovens, como o Carvalhinho, Justino, o Prof. Noé, etc.?
Gostava de ver um post a estes nomes e outros que fizeram história no clube.
Já agora, o Presidente da Direcção no tempo do jogador referido, tinha, por coincidencia, o mesmo apelido - Lídio Marques.
Bons tempos para os adeptos varzinistas.

Anónimo disse...

Aquele Varzim, pelo andar da carruagem, quando o voltaremos a ter? Se continuar como se tem visto com direcções assim... talvez qaundo a moura guedes voltar para apresentar o telejornal na TVI.
É pena não haver uma PRISA que enxotasse certas moscas do seio do clube.

Anónimo disse...

Já li por aqui, algures, em parte incerta deste blog, um "coruja" - no Brasil é um cuscuvilheiro - escrever com uma certa graça, que só vinha aqui dar umas espreitadelas, para aprender mais alguma coisa sobre a vida do Varzim.
Com 3 pontinhos, fica a pergunta, preto no branco: é lícito alguém querer falar ou escrever, demonstrando ignorância a rodos?
Recomenda-se mais comedimento...

Anónimo disse...

o mal do Marques foi não ter feitio para ser graxa e bufo dos directores e dos treinadores.

Anónimo disse...

Os anos 70 foram altamente e aquele jogador que jogava no varzim tambem.

Anónimo disse...

De gente como a que é referida por Poncio Leal, já poucos se lembram. O Gâmboa que foi trazido para o varzim pelo já falecido treinador Meirim, passados alguns anos, passou a treinador dos miúdos da formação, com bom sucesso, andando com as eqipas dos vários escalões pelos nacionais, ajudando muitos jovens da terra ou não, a consolidar a formação como jogadores e como homens. Pois mesmo assim, foi vítima da ingratidão de gente (na altura dirigentes) que se diz ser mais varzinista do que todos os outros juntos!!! O Rio Ave reconheceu-lhe o valor demonstrado e... ainda hoje lá está a "fazer" jogadores como os "coentrões" e outros.
São as tais "coisas" boas que alguns hu,anos têm feito e alguns ainda vão fazendo, para proveito do "inimigo". O caso do Yazalde é o exemplo mais recente, cuja contrapartida obtida com a sua transferencia, não sequer para a equipa ter ficado hospedada de véspera numa qualquer pensão! Vergonhoso!!!
Agora até vem para a praça publica dizaer que o sorteio ditou uma deslocação aos Açores e que vai ser dificil custear as despesas!
Imagine-se em que estado estarão as cabeças dos dirigentes do Rancho poveiro que vai em breve à Casa dos Poveiros do Rio!!!